Número 1  Volume 35  -  2006

Arquivos Catarinenses de Medicina

Insuficiência cardíaca: mortalidade intra-hospitalar e sobrevida de 1 ano

Resumo

Objetivo: Descrever características clínicas, medidas terapêuticas, evolução intra-hospitalar e de um ano após a alta de pacientes internados com insuficiência cardíaca (IC).
Métodos: Estudo retrospectivo-prospectivo que avaliou todas as 385 internações de 257 pacientes admitidos com IC, em 2002, no Instituto de Cardiologia de Santa Catarina.
Resultados: Na amostra, 59,1% eram homens. A cardiopatia isquêmica (40,8%) e a miocardiopatia dilatada (20,4%) foram as etiologias mais freqüentes entre os homens.
No grupo feminino, a etiologia isquêmica (31,4%) e as causas não-definidas (21,3%) predominaram.
A disfunção sistólica foi mais freqüente nos homens (69,7%), ao passo que a disfunção diastólica mais prevalente nas mulheres (53,8%). As co-morbidades mais
freqüentes foram a hipertensão arterial (72,0% das mulheres e 61,2% dos homens) e a doença arterial coronariana (53,3% das mulheres e 58,6% dos homens).
Os fármacos mais prescritos na alta hospitalar foram os diuréticos (85,2%), inibidores da enzima conversora da angiotensina - IECA (74,5%) e digitálicos (58,2%).
A incidência de óbito intra-hospitalar foi de 19,8%. A mortalidade 1 ano após a alta hospitalar foi de 18,8% . A prescrição de beta-bloqueadores (OR: 0,25 IC 95%: 0,09 – 0,69) e de IECA (OR: 0,44 IC 95%: 0,21 – 0,95) esteve
associada com a maior sobrevida. O uso de inotrópicos positivos endovenosos (OR: 19,18 IC 95%: 2,34 – 156,87) associou-se a maior mortalidade.
Conclusão: A mortalidade intra-hospitalar e de 1 ano em pacientes com IC é alta. A prescrição de IECA e beta-bloqueadores está associada a menor mortalidade.
O uso de inotrópicos positivos endovenosos é um marcador de mau prognóstico.

Descritores: 1. Insuficiência Cardíaca Congestiva;
2. Epidemiologia;
3. Mortalidade.