Número 4  Volume 41  -  2012

Arquivos Catarinenses de Medicina

Efeitos do exercício físico na disfunção endotelial em pacientes com diabetes mellitus tipo 2

Resumo

A disfunção endotelial é definida como sendo o conjunto de alterações encontradas na interface entre os elementos sanguíneos e os tecidos adjacentes. A disfunção endotelial é estudada em diversas condições, como aterosclerose, diabetes mellitus (DM), hipertensão arterial (HAS), hipercolesterolemia, entre outras. Esta revisão tem como objetivo descrever quais as evidências existentes, e/ou teorias propostas sobre a disfunção endotelial no contexto do diabetes mellitus tipo 2, contemplando não só a sua interferência na gênese da disfunção endotelial, como também sua relevância para o tratamento e até mesmo prevenção desta lesão, que sinaliza o início de muitas mazelas cardiovasculares dos pacientes com diabetes. Os mecanismos pelos quais o diabetes contribui para a disfunção endotelial não estão totalmente elucidados, mas é provável que a hiperglicemia seja um insulto importante para sua ocorrência. As concentrações de óxido nítrico derivado do endotélio (e-NO) muitas vezes têm sido descritas como normal nos pacientes diabéticos euglicêmicos, com tratamento otimizado, e com programas de exercício físico regular, porém, no estado hiperglicêmico a sua degradação e função se encontram alteradas. O conceito de disfunção endotelial como um mediador potencial para um aumento de risco de complicações cardiovasculares em pacientes com diabetes mellitus tipo 2 é bastante difundido na literatura, sendo que a restauração ou manutenção da função endotelial a partir de medidas não farmacológicas, principalmente pelo efeito do exercício físico, são aventadas como bastante importantes no desfecho final destes pacientes.