Número 4  Volume 41  -  2012

Arquivos Catarinenses de Medicina

Insuficiência Cardíaca Aguda: Epidemiologia e Marcadores Clínicos em uma população local (ICA-EMC)

Resumo

A insuficiência cardíaca é uma síndrome limitante, de grande prevalência mundial e que onera o sistema de saúde, principalmente com hospitalizações. Este trabalho foi feito com o objetivo de analisar as características epidemiológicas e clínicas de pacientes internados por descompensação de insuficiência cardíaca congestiva (ICC) e identificar os fatores precipitantes mais comuns, comparando-os com outros estudos. Foram estudados 61 pacientes internados com diagnóstico inicial de descompensação de ICC, maiores de 18 anos e sem síndrome coronariana aguda. A idade média foi de 65,7 anos e 54,1% eram do sexo masculino. A duração média da internação foi de 12,3 dias, com mortalidade hospitalar de 11,5%. Hipertensão arterial sistêmica (HAS) foi a comorbidade mais prevalente (78,7%). Isquemia miocárdica foi a etiologia mais provável da ICC em 47,5% dos doentes. Dos pacientes com ecocardiograma disponível, 82,8% tinham disfunção sistólica. O valor médio da creatinina foi maior na alta que na admissão (1,61 vs. 2,07 mg/dl; p=0,006). Foram usadas doses maiores de furosemida na alta em relação à internação (p=0,02). Dos pacientes com fibrilação atrial (FA) crônica, apenas 35,3% estavam em uso de anticoagulante oral na admissão. A causa identificável mais comum para a descompensação foi a não adesão ao tratamento medicamentoso. Apesar da pequena amostra, as características encontradas assemelham-se às observadas em grandes estudos. Há espaço para a implementação mais vigorosa das estratégias terapêuticas modificadoras da doença a fim de diminuir a mortalidade e os prejuízos advindos de repetidas internações.