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Santa Catarina não tem surto de Febre Amarela

Saiba quem deve ser vacinado e como se prevenir

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A grande incidência de casos de febre amarela (FA) e a consequente corrida em busca de vacinas contra a doença no estado de São Paulo deixou a população de todo o Brasil apreensiva e sem saber se há necessidade de procurar os postos de saúde e clínicas para também se imunizar. Ciente desta situação o presidente da Associação Catarinense de Medicina, Ademar José de Oliveira Paes Junior, foi buscar informações peritas para esclarecer à população de Santa Catarina, através da Dra Renata Zomer de A. Muniz, Presidente da Sociedade Catarinense de Infectologia. De acordo com a Dra. Renata, a vacinação é, de fato, a principal medida de controle da febre amarela, “mas é importante esclarecer que não há motivo para busca de vacinação de forma indiscriminada, principalmente em regiões em que não há evidência de circulação ativa do vírus da FA”. A médica infectologista salienta que pessoas que residem em áreas sem recomendação de vacina só devem ser imunizadas se vierem ou forem viajar para regiões com transmissão ativa da doença ou para países que exijam Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia (CIVP), como por exemplo, República do Congo e Angola (países onde houve importantes surtos de FA).

“Vale destacar que a pessoa que recebeu uma dose de vacina da FA ao longo da vida é considerada imunizada”.

A Dra. Renata explica que a febre amarela é uma doença endêmica em florestas tropicais das Américas e África, podendo causar epidemias de impacto para saúde pública, mas não é o caso no nosso país. “A transmissão urbana no Brasil tem como seu principal vetor o mosquito Aedes aegypti e o homem é seu hospedeiro. A doença não era registrada desde 1942, predominando desde então o ciclo silvestre. Porém a urbanização e a falta de controle dos vetores podem ser alguns dos fatores que contribuíram para o surto atual”. O Ministério da Saúde indica dose única da vacina para as áreas com recomendação de vacinação em todo país desde abril/2017. O reforço não é mais necessário por considerar que a imunidade protetora desenvolve-se dentro de no máximo 30 dias para cerca de 99% das pessoas que recebem uma dose da vacina.

Dados importantes

De acordo com a Dra. Renata Zomer, a imunidade ocorre cerca de dez dias após a dose da vacina, portanto ela recomenda medidas adicionais para a proteção de indivíduos que moram em áreas de risco recém-vacinados ou para aqueles que não podem ser vacinados. Entre as medidas adicionais estão:

– Usar repelentes de insetos que devem ser aplicados nas áreas expostas. Não usar repelentes por debaixo da roupa.

– Proteger a maior extensão possível de pele por meio do uso de calça comprida, blusas de mangas compridas e sem decotes, de preferência largas, não coladas ao corpo, meias e sapatos fechados. O uso de roupas claras facilita a identificação de mosquitos e permite que eles sejam mortos antes de picarem.

– Passar o maior tempo possível em ambientes refrigerados, com portas e janelas fechadas e/ou protegidas por telas com trama adequada para impedir a entrada de mosquitos.

– Utilizar mosquiteiros corretamente arrumados para dormir.

– Fazer uso de repelentes ambientais durante todo o tempo em que estiverem em residências ou locais de trabalho, inclusive à noite.

– Crianças menores de 6 meses de idade, que não podem receber a vacina e nem usar repelentes de aplicação direta na pele, devem ser mantidas o tempo todo sob mosquiteiros e/ou em ambiente protegido (refrigerado com portas e janelas fechadas ou protegidas por tela, com repelentes ambientais).

– Crianças maiores de 6 meses e adultos que, por contraindicação clínica, não possam ser vacinados ou que por qualquer motivo ainda não tenham recebido a vacina devem seguir as mesmas orientações descritas para os dez dias após a vacinação enquanto durar o surto de febre amarela.

No site www.dive.sc.gov.br/febre-amarela, da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE), é possível encontrar as áreas de recomendação vacinal em todo país, inclusive os 162 municípios catarinenses considerados como área de recomendação desta vacina, assim como as salas de vacinação em todo o Estado. De acordo com a DIVE Santa Catarina dispõe de doses suficientes para atender a população catarinense. A recomendação é que nessas áreas as pessoas procurem o posto de saúde mais próximo de suas residências, onde poderão obter mais informações sobre a doença e imunização.

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