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SC alcança resultados superiores aos da Espanha, país líder em transplantes

Dados consolidados até julho revelam que o índice catarinense de doadores de múltiplos órgãos alcançou 36,8 por milhão de população (pmp), mais do que o dobro da média nacional, de 14,6.
O desempenho alcançado pelo estado supera até mesmo os da Espanha, país líder mundial em transplantes de órgãos e que serviu de modelo para Santa Catarina. No país ibérico, entretanto, as doações envolvem casos de mortes encefálicas e de mortes ocorridas a partir de paradas cardiorrespiratórias. Em SC, são abordados exclusivamente casos de mortes encefálicas.
“Ultrapassamos a Espanha em uma única modalidade de doação, mas consideramos esse resultado bastante significativo, pois eles têm uma liderança de quase três décadas como melhor sistema do mundo”, comemora Joel de Andrade, coordenador da SC Transplantes, entidade responsável pela captação, notificação e distribuição de órgãos e tecidos no estado.
Nos meses de agosto e setembro, os resultados de captação seguiram em crescimento. No período de 11 a 15 de setembro, a SC Transplantes obteve a captação de 45 órgãos no território catarinense. Nestes cinco dias, foram registradas 19 notificações de óbito, resultando em 15 doadores. “Em menos de uma semana conseguimos captar 27 rins, 12 fígados, três corações, dois pâncreas e um pulmão”, destaca Andrade.
Capacitações e parcerias envolvidas
Instituída em 1999, a SC Transplantes é vinculada à Secretaria de Estado da Saúde, sendo composta por uma equipe de 24 profissionais, entre médicos, enfermeiros e administradores, além de 11 acadêmicos, dos quais nove de medicina e dois de administração. O sistema trabalha atualmente com transplantes de órgãos como coração, fígado, rim, córneas, medula óssea, além de pele e enxerto ósseo.
Para Andrade, um dos principais motivos para os bons resultados apresentados pela entidade é a rede de colaboradores organizada dentro dos hospitais catarinenses. “Adotamos algumas medidas inspiradas na Espanha a partir de 2008. Entre as novas ações, passamos a contar com um coordenador de transplante em cada hospital do estado. Trata-se de uma pessoa que concilia a função executada dentro do hospital com o trabalho de captação junto às famílias”, explica.
Outro ponto forte apontado por Andrade é o programa de capacitações oferecido aos profissionais de saúde e que consiste em um treinamento para identificação de potenciais doadores e abordagem junto às famílias. Os cursos já foram ministrados a cerca de 800 agentes, distribuídos por todos os hospitais do estado, tanto públicos quanto privados. “São enfermeiros ou atendentes de UTI, por exemplo. E os resultados do respeito, da educação e de todo o cuidado no relacionamento com as famílias refletiram-se em um aumento expressivo das doações”, destaca, acrescentando que nos últimos 10 anos a média de negativas nas entrevistas para doação caiu de 70% para 24%.
Mas, de nada adianta a obtenção dos órgãos se não houver a celeridade necessária para os transplantes, afirma Andrade, elogiando a parceria firmada com a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar para a obtenção de apoio aéreo.
Por fim, o gestor ressalta a solidariedade das famílias, por transformarem um momento de perda em uma oportunidade para salvar vidas, e reforça a orientação para quem deseja ser um futuro doador. “A única forma legal de ser doador de órgãos é conversar com a sua família e manifestar esse desejo. Quando essa vontade fica clara, a família respeita e acata a decisão caso a pessoa venha a ser um potencial doador”.
Números da SC Transplantes
Total de pacientes em lista de espera
Dez/2012 – 1.401
Dez/2013 – 1.206
Dez/2014 – 850
Dez/2015 – 637
Dez/2016 – 535
Doadores efetivos de múltiplos órgãos (morte encefálica)
2012 – 165
2013 – 170
2014 – 202
2015 – 203
2016 – 251
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Joel de Andrade, coordenador da SC Transplantes
Fonte: Agência ALESC
FOTO: Eduardo G. de Oliveira/Agência AL

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