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Lúpus: Doença autoimune que ataca mais as mulheres

Ainda pouco conhecido pela população, o lúpus é uma doença inflamatória, de origem autoimune, não contagiosa e acontece quando o sistema imunológico ataca seus próprios tecidos. Ela não tem cura e afeta articulações, pele, rins, células sanguíneas, cérebro, coração e pulmões. Até hoje, a ciência ainda não compreende a origem do lúpus, entretanto, foi comprovado por alguns estudos que as mulheres são mais propensas a terem a doença. Segundo números da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), estima-se que existam cerca de 65 mil pessoas com lúpus, sendo a maioria mulheres.
Os principais sintomas são as manchas na pele, cansaço, dor nas articulações, secura na boca e dores de cabeça. Além disso, dados da SBR mostram que, além da doença atingir mais o sexo feminino, uma a cada 1.700 mulheres no Brasil tem a doença. “O lúpus atinge, principalmente, as mulheres em idade fértil, pois é nessa fase que a produção de hormônios, responsável por formar os anticorpos, é mais alta. Porém, também pode afetar homens e indivíduos de outras faixas etárias”, explica o presidente da Sociedade de Reumatologia do Rio Grande do Sul, Ricardo Machado Xavier. O médico esclarece que as mulheres portadoras do lúpus podem engravidar, mas é necessário um acompanhamento rígido, pois a gestação é considerada de risco por intensificar a atividade da doença. Isso não significa, no entanto, que a criança terá a doença, afirma o reumatologista.
Considerada uma patologia rara, o diagnóstico consiste basicamente em exames clínicos e análises laboratoriais. “Analisamos se há lesões típicas na pele, nos rins e também pedimos um exame para medir os anticorpos chamado de fator anti-nuclear. Dependendo das combinações de resultados, o diagnóstico é feito”, explica Xavier.
Como tratar
O tratamento é feito a partir de medicações com corticoide para diminuir as inflamações nos tecidos. Porém, o médico explica que os pacientes não recebem tratamento padrão. “Muitos acham que o tratamento sempre será o mesmo, porém varia conforme o caso. Há pessoas que estão em um quadro grave de lúpos e outras em uma situação mais branda. Também é bom esclarecer que as medicações deixam a imunidade do paciente baixa”, diz Xavier. O lúpus não tem cura e o paciente precisa estar sempre controlando a doença a partir dos remédios. Alguns fármacos podem ser encontrados na rede pública de saúde.
Todas as características do lúpus fazem parte da vida da diagramadora Maria José Fernandez Corrêa, de 50 anos. Ela descobriu que tinha a doença em agosto de 2007, porém sentia alguns sinais desde 2005. “Começaram a surgir lesões e manchas avermelhadas no rosto e em poucos dias surgiram também nas orelhas, braços, mãos, colo e em outras partes do corpo. Eu já tinha desenvolvido a doença e não sabia. Fiquei completamente arrasada”, conta.
Mesmo que a origem ainda seja um mistério, por ter histórico familiar de lúpus, Maria José desconfiou dos sintomas e procurou ajuda especializada. Depois de algumas consultas, ela foi diagnosticada com Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), que atinge pele e outros órgãos. “Minha irmã foi diagnosticada com Lúpus Cutâneo, porém muitos anos antes. Minha prima-irmã também tinha Lúpus Sistêmico grave, inclusive já sendo transplantada, além da minha prima que faleceu em 2016”, relata.
Muitos momentos críticos foram enfrentados. A diagramadora teve que superar desde preconceitos até a fragilidade de ficar doente constantemente. “As pessoas, há 10 anos, não sabiam muito sobre a existência da doença, então sempre me perguntavam se o que eu tinha era contagioso. Também já perdi as contas de quantas vezes fiquei doente por causa de resfriado. E a última situação complicada foi há pouco tempo. Estava tratando uma infecção e peguei uma gripe no ambiente de trabalho. Fragilizada, deitei na cama no sábado e só consegui levantar na sexta seguinte para trabalhar”, conta.
Para lidar com as mudanças que a doença impôs em sua vida, além de fazer o tratamento com fármacos de uso controlado e diário, visitas ao psiquiatra são necessárias. “Faço tratamento psicológico desde então, há alguns anos pelo Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), da Secretaria Municipal da Saúde de Cachoeirinha, onde moro. Sem esse apoio e a compreensão de minha família já teria sucumbido. A doença mudou drasticamente o meu corpo, minha rotina, minha compreensão de mundo, meus planos para o futuro, minha cabeça”, afirma.
Apesar do Sistema Único de Saúde (SUS) fornecer algumas medicações, Maria José sofre com falta de remédios na Farmácia do Estado e com a longa fila de espera para uma consulta com o reumatologista. “Hoje, recebo o medicamento gratuitamente do laboratório e é de altíssimo custo. Por meio da Defensoria, tentarei também receber os outros medicamentos que estão sempre em falta na Farmácia do Estado. Além do que, estou na fila por um médico Reumatologista, há vários anos”, revela.
Leia a matéria na íntegra, clicando aqui.
Fonte: Sindicatos dos Médicos do Rio Grande do Sul – Simers.

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