União de forças: Lideranças Médicas do Executivo, Legislativo e representações da categoria debatem sobre a grave crise da Saúde

Preocupados com o grave quadro da saúde, os médicos catarinenses uniram-se para um debate informal na casa oficial do governador em exercício, Eduardo Pinho Moreira (vice-governador do Estado e também médico), na noite desta quarta-feira (dia 06/07), na busca de alternativas capazes de reduzir os impactos da falta de recursos para a assistência da população de Santa Catarina. O encontro reuniu a bancada médica da Assembleia Legislativa, composta pelos deputados Vicente Caropreso (vice-presidente da Comissão de Saúde da ALESC e idealizador da reunião), Fernando Coruja, Dalmo Claro de Oliveira (ex-Secretários da Saúde) e Antonio Aguiar, além do secretário adjunto de Estado da Saúde, Murillo Capella, e dos diretores do Instituto de Cardiologia, Jamil Schneider, e do Centro de Reabilitação, Marcelo Lemos dos Reis. Também estavam presentes as lideranças das entidades médicas estaduais, entre elas o presidente da ACM (Associação Catarinense de Medicina), Rafael Klee de Vasconcellos, que destacou a importância da integração de forças em defesa da saúde pública no estado e da sociedade.
Os recursos insuficientes para a demanda, o aumento da procura pela rede pública, gerado pela evasão dos usuários dos planos de saúde (reflexo direto do desemprego e da crise econômica), os custos elevados (tecnologia paga em dólar), a judicialização para a garantia de medicamentos e outros fatores foram elencados entre as sérias dificuldades enfrentadas no setor. O orçamento da Saúde no Estado cumpre os 12% definidos pela Emenda Constitucional 29, que estabelece os recursos para o financiamento das ações e serviços públicos de saúde. Porém, o governador em exercício informou que a demanda exigiria, no mínimo, um investimento de 18% no Estado. “A União investe apenas 4% na saúde, enquanto muitos municípios já destinam cerca de 30% para o setor, como forma de garantir o atendimento da população”.
Na certeza de que a busca por solução aos desafios passa também pelas mãos dos médicos, o encontro reafirmou o posicionamento da categoria em apoio a medidas que visam a benefício da assistência da comunidade catarinense. “Temos nossas lutas por melhorias de condições de trabalho, mas não estamos alheios ao momento vivido”, afirmou o coordenador do Cosemesc (Conselho Superior das Entidades Médicas) e presidente do Simesc (Sindicato dos Médicos). O presidente da ACM destacou a necessária ampliação dos debates, incluindo a participação da população, como forma de encontrar saídas no presente e para o futuro. “Apesar do cenário pessimista, é preciso acreditar na capacidade de mudanças. Encontros como esse servem para encontrar respostas e iniciar transformações”.

Médicos reunidos: Jamil Schneider (diretor Instituto de Cardiologia), Dalmo Claro de Oliveira (deputado estadual e ex-secretário de Estado da Saúde), Ademar José de Oliveira Paes Junior (diretor de Publicações ACM), Luiz Carlos Espíndola (presidente ACAMESC), Fabrízio Liberato (diretor de Relações Intersindicais SIMESC), Rafael Klee de Vasconcellos (presidente ACM), Vânio Lisboa (presidente SIMESC), Murillo Capella (secretário adjunto de Estado da Saúde), Leopoldo Back (vice-presidente SIMESC), Jorge Abi Saab Neto (presidente Unicred Santa Catarina), Vicente Caropreso (deputado estadual e vice-presidente Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa), Eduardo Pinho Moreira (governador em exercício), Marcelo Lemos dos Reis (diretor Centro Catarinense de Reabilitação), Fernando Coruja (deputado estadual e ex-secretário de Estado da Saúde), Remaclo Fischer Junior (presidente Unicred Florianópolis) e Antonio Aguiar (deputado estadual).
Créditos da foto: James Tavares.