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XVIII FEMESC: atividades apontam retrato do Ensino Médico no País

A programação de sábado do XVIII Femesc sobre Residências Médicas contou com palestras esclarecedoras que apontaram as diferentes visões do tema, sob a ótica da AMB, da Comissão Estadual de Residência Médica e dos Médicos Residentes, constituindo-se numa espécie de Raio X da situação atual do país. Embora o governo Federal tenha sido convidado a participar não compareceu nem mandou representantes. As apresentações foram seguidas de grandes debates com a interação entre os convidados palestrantes e a assistência. Abrindo os trabalhos, a Dra. Maria Zélia Baldessar, representante da Comissão Estadual de Residência Médica, apresentou o perfil e a distribuição das vagas de Residências Médicas no estado por instituição, falou sobre a importância do papel dos Coordenadores de Residência Médica, e sua participação na Comissão Estadual de Residência Médica, ressaltou o papel de regulação e de avaliação da qualidade das RMs no estado e ressaltou que as instituições de ensino superior devem pensar muito antes de abrir uma Residência apenas para ganharem o bônus do governo. Ela destacou que Santa Catarina tem uma posição muito mais confortável em relação ao restante do país. “A gente vê um cenário negro na Comissão Nacional e na política de saúde do Brasil, mas em Santa Catarina vivemos um momento contrário, que é o ressurgimento da Comissão Estadual, um renovado interesse das instituições no fortalecimento das residências e o revigoramento do ensino médico”. A respeito do Fórum a Dra. Maria Zélia disse que “houve discussões muito produtivas e, principalmente, um chamamento da classe para que a gente pense no ensino médico separado da política médica do Brasil”.

O Dr. Diogo Leite Sampaio, Diretor de Comunicação da Associação Médica Brasileira, resumiu sua palestra sobre a Visão da AMB lamentando o fato de que hoje a Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) não trabalha mais para o estado brasileiro, para a formação de qualidade do médico na sua pós-graduação. “Ela trabalha com um programa de governo, o Mais Médicos, e para isso foram necessárias mudanças no funcionamento da Comissão, como o decreto presidencial que mudou a sua composição, e a emissão de várias resoluções. Alterou-se o Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica – Provab, de acordo com os interesses do Programa Mais Médicos, modificando assim a seleção dos residentes, através de bonificação aos médicos que trabalharem no Provab, o que desvaloriza o mérito, prolonga o tempo de formação do especialista, e afeta o futuro da especialização do médico brasileiro”. Ele ressaltou a importância de a classe médica atentar para a questão e a trabalhar para defender o programa de RM, que desde a sua criação, em 1977 nunca havia passado por crise semelhante.

Para apresentar a visão dos Médicos Residentes, o Dr. Douglas Muniz Barbosa, Diretor Acadêmico da Associação Catarinense de Medicina, apresentou o levantamento do setor e ressaltou que diante de tudo que viu e ouviu seu sentimento de tristeza e preocupação ficou ainda maior do que quando chegou ao evento. “Fiz uma pesquisa perguntando aos 116 colegas do Hospital Celso Ramos o que sentem sobre a Residência Médica e os convidei para uma reunião com data e hora marcadas. Apenas nove apareceram, revelando o desinteresse e desestímulo da classe”, contou desapontado. Na pesquisa ele perguntou por que decidiram fazer Residência, sobre o mercado de trabalho, a restrição do conhecimento da especialidade e sobre o incentivo do governo federal para os médicos optarem pela medicina de família e comunidade. “O resultado me entristeceu, porque a maioria só quer o título. Parece que houve um comodismo, o residente entra com o objetivo de tocar o serviço e não de aprender. A Dra. Zélia disse que se pararmos por uma semana o atendimento do serviço também deixa de funcionar. Temos consciência de que fazemos tudo, somos mal remunerados e atendemos sem estrutura necessária. Não sobra tempo para aperfeiçoamento e estudo. Imagine o que isso pode representar para o profissional e também para o resultado do seu trabalho! Repercute na falta de qualidade do serviço oferecido à população. Precisamos nos unir para mudar essa situação”.


Analisando o evento, o Dr. Rafael Klee de Vasconcellos revela seu sentimento de missão cumprida. “Conseguimos fazer o nivelamento na área de formação médica, tanto em graduação como na área de residência, com painéis que elucidaram o andamento da formação médica no país. Na mesa sobre residência vimos uma realidade ainda pior, com a política de colocação do médico recém formado no programa de valorização da assistência básica, que na realidade desvaloriza a assistência básica e coloca o médico sem tutorial, sem a preceptoria necessária para fazer o seu acompanhamento em serviço, que é a base do programa de residência. A interferência de tentar colocar mão de obra barata para fornecer saúde à população acaba classificando os brasileiros em dois grupos distintos: aqueles bem providos financeiramente e os desprovidos e que podem ter assistência de pior qualidade. Nós médicos e entidades médicas somos contrários e isso ficou bem claro no Fórum. Essas ideias devem constar na Carta de Rio do Sul, e vamos continuar combatendo as discrepâncias na saúde Brasileira”.

ACM repassa coordenação do COSEMESC para Conselho Regional de Medicina

No encerramento do XVIII FEMESC (Fórum das Entidades Médicas de Santa Catarina), dia 20 de junho, em Rio do Sul, o cancerologista Rafael Klee de Vasconcellos, presidente da ACM (Associação Catarinense de Medicina) repassou ao cardiologista Antonio Silveira Sbissa, presidente do CREMESC (Conselho Regional de Medicina) a coordenação do COSEMESC (Conselho Superior das Entidades Médicas), para o período de um ano. A função é alternada entre as representações médicas estaduais, com mandato anual. A ACM, uma das fundadoras do COSEMESC e do FEMESC, já esteve à frente da tarefa por oito vezes, sempre lutando pelas principais reivindicações da categoria e em defesa da saúde dos catarinenses. “Quero agradecer muitíssimo aos anfitriões, o empenho da cidade de Rio do Sul em bem nos receber e classificar essa acolhida como magnífica. Agradeço também ao Dr. Aguinel Bastian Jr, que conduziu o Conselho até outubro de 2014. É com um público cheio, numa sessão plenária de fim de evento que me despeço. Agradeço a todos e passo a presidência do COSEMESC ao Dr. Sbissa”.

Neste último ano, a coordenação esteve primeiro nas mãos do ex-presidente da Associação, Dr. Aguinel José Bastian Junior (de junho a outubro de 2014) e posteriormente passou para Dr. Rafael Klee de Vasconcellos, presidente eleito da entidade associativa.

Entre as importantes ações realizadas durante o ano pelo COSEMESC destacam-se a intensificação das negociações para melhorias na remuneração e condições de trabalho dos médicos catarinenses, especialmente em duas frentes: junto aos planos de saúde, através da Comissão de Saúde Suplementar, para a adoção da CBHPM plena vigente pelas operadoras e ajustes contratuais e regulação das relações profissionais de acordo com a Lei 13.003, em vigor desde dezembro de 2014; junto ao Governo do Estado, para o cumprimento de compromisso de implantação do Piso Fenam para os médicos servidores públicos estaduais. Também foi realizada reunião histórica das entidades da categoria com os deputados médicos com cadeira na ALESC (Assembleia Legislativa de Santa Catarina), audiência com o secretário de Estado da Saúde, João Paulo Kleinübing e com o presidente da ALESC, Gelson Merísio, além de outras atividades. O mandato encerrou com a realização do XVIII FEMESC, em Rio do Sul.

ACM NA COORDENAÇÃO DO COSEMESC

1996 – Almir Gentil
1998 – Remaclo Fischer Junior
1999 – Carlos Gilberto Crippa
2002 – Carlos Gilberto Crippa e Dr. Viriato João Leal da Cunha (a partir de outubro/2002)
2006 – Genoir Simoni
2009 – Genoir Simoni
2011 – Márcia Regina Ghellar e Aguinel José Bastian Junior (a partir de outubro/2011)
2014 – Aguinel José Bastian Junior e Rafael Klee de Vasconcelos (a partir de outubro/2014)

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